Demora na recuperação da imagem da região serrana
fluminense prejudica a alta estação de 2012
por Cláudio Magnavita*
O que está ocorrendo com os empresários de turismo da
região serrana fluminense é um verdadeiro crime. A realimentação pela mídia da
tragédia ocorrida há exatamente um ano, que obrigatoriamente faz um balanço das
medidas que foram adotadas para recuperar as áreas atingidas, está deixando
sobressaltados os turistas em pleno período de alta estação e é agravada pelo
tom de sensacionalismo na divulgação das manifestações climáticas naturais, que
sempre ocorrem anualmente no verão e que nada se assemelham com a tragédia de
janeiro de 2011.
Os empresários de turismo da Serra Fluminense perderam
toda a receita da alta estação do ano passado e lutaram duramente para
recuperar a imagem da região. Fizeram de tudo para mostrar que a tragédia foi
pontual, não atingindo todos os equipamentos hoteleiros da região e que a
grande maioria dos estabelecimentos continuou a funcionar.
Sofrem agora este duro golpe, por absoluta falta de
informação.
O ciclo das chuvas de verão tende a diminuir na segunda
quinzena de janeiro e os índices de 2012 estão dentro do esperado, da normalidade.
A acessibilidade rodoviária está plena e as medidas de
prevenção adotadas pós-2011 acabaram com o elemento surpresa, que potencializou
o número de vítimas na ocasião. O crime é deixar estes empresários órfãos, sem
a ajuda de recuperação de imagem, que foi festivamente prometida em julho de
2011 pelo Governo Federal, mas que hoje, além de estar engavetada, foi
desidratada nos números originais. O pior é quem tem a chave do problema se
deixar contaminar com a onda de
alarmismo gerado pela mídia e cruzar os braços esperando que passem as chuvas
para só depois agir.
No Plano Estadual, a Secretaria de Turismo do Rio de
Janeiro tenta fazer a sua parte. Foi a gestora e anfitriã da solução federal
que prometeu os R$ 10 milhões. Ela também é vítima em apostar na pronta ação de
Brasília. Agora coordena um evento de gastronomia para o final do mês que
poderá ser o divisor de águas. Finalmente montou também um Comitê de Informação
e Promoção que funcionará em regime de mutirão para resolver o problema.
A culpa maior, porém, foi a desmobilização ocorrida com
os problemas políticos em algumas das cidades e que resultaram no afastamento
de gestores municipais. Perdeu-se um
tempo precioso e agora o aniversário da tragédia chegou e, ao reviver na mídia
os eventos de 2011, é exatamente o turismo, que depende de imagem, a nova
vítima.
Cabe ao Governo do Rio cobrar com veemência o que lhe foi
prometido, afinal não se trata de uma unidade federativa qualquer. Além da sua
importância econômica e política, é no turismo que o Rio é um exemplo para o
país.
O poder municipal, empresariado local, Governo Estadual e
Federal precisam agir. E rápido. Não basta ter boa vontade, é preciso ação e
coragem para que a alta estação turística da região serrana fluminense em 2012
não evapore pela falta de pulso firme para solucionar uma crise anunciada.
*Cláudio Magnavita é vice-presidente do Conselho Estadual
de Turismo do Estado do Rio de Janeiro e Presidente do Jornal de Turismo
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