"São Jorge é um santo que está, ao mesmo tempo, ligado ao candomblé e ao catolicismo. Você não acha que isso pode provocar uma rejeição do público evangélico?
O foco não é o santo, é o mito do guerreiro que São Jorge representa, não só aqui no Brasil, mas em todo o mundo. De acordo com o mito, São Jorge é essa força guerreira que podemos acordar em nós para vencer os dragões de todo dia. Isso não
tem nada a ver com religião. O que me levou a falar do mito foi a admiração pela força guerreira da gente do (Complexo do) Alemão, que suportou durante tantos anos o domínio dos traficantes, e agora usa essa mesma força que os permitiu sobreviver a condições tão adversas para escrever uma página nova de sua história."
Pergunto eu: Diante desta declaração que fatalmente O dito "Bispo" da Record já sabia, o fato dele ordenar aos seus seguidores o boicote a novela, é ou não é uma incitação ao preconceito?
Os argumentos deste senhor estão expostos em vários sites evangélicos, como este que cito aqui para consulta: http://www.patiogospel.com.br/ 2012/10/ salve-jorge-edir-macedo-faz-cam panha.html
Coincidentemente, no mesmo dia da estréia de "Salve Jorge", a Record lança pela terceira vez a reprise da bem produzida minissérie "Rei Davi", pinçada propositalmente para ir de frente à produção global em Macedo afirma ser "contra a sua fé".
Em primeiro lugar, desde a sinopse é sabido que o Santo católico é apenas pano de fundo para o enredo principal da novela, como já explicado pela própria autora da novela. Em segundo lugar, reprisar uma produção para que esta seja antagonista do conceito que ele criou, demonstra apenas que a crise de audiência da Record é bem maior que se imagina. "Carrossel" derrubou de forma muito simples "Rebelde", a ponto da produção ser interrompida, mesmo a contragosto de atores, diretores e espectadores (os que mais deveriam ser respeitados). Contratações milionárias de autores da Globo não permitiram uma inovação na teledramaturgia nacional como anunciou a emissora, devido a inúmeras interferências externas vindas da cúpula da IURD. O Jornalismo, mesmo montado às custas de salários que cobriam fácil a Globo, não decolou e ainda levou ao ar furos jornalísticos bizarros e até engraçados, como o da Ana Paula Padrão chamando a audiência de "Telespectadores do Jornal da Globo", mesmo já ancorando o Jornal da Record há anos (Ato falho ou saudades?).
Tudo leva a crer que o que Macedo deseja é mídia. Como Chayenne (personagem de Claudia Abreu em "Cheia de Charme"), que fazia tudo por um holofote, já, já, não ficarei surpreso em rever as "fantásticas" reportagens de Paulo Henrique Amorim sobre os jardins da Globo em São Paulo ou das relações de Ricardo Teixeira com a emissora carioca. Só que o público cansou dessa "guerrinha". O Espectador já vê a Record como genérica da Globo e prefere algo original, por isso volta a prestigiar os programas pastelões do SBT, que são simples, de baixo custo, mas que agradam e tem um excelente retorno financeiro.
Macedo parou no tempo, marca passo e caminha para a curto prazo reprisar a história triste que hoje protagoniza (ou agoniza) a Rede TV!. A não ser que seus seguidores paguem seus carnês do baú (ou da arca, como queiram) rigorosamente em dia, é bem capaz do Eike Batista querer comprar em alguns anos a Record (tomara!).