terça-feira, 8 de março de 2011

Sobre Tudo O Que Acontece Hoje.

Hoje eu escrevo sabendo perfeitamente que tem muita gente sofrendo por aí, com urgentes necessidades. Sei também que muitas urgências na cidade são imediatas e necessárias e que algumas faltas estão ocorrendo. 

Mas há de se convir também que há um interesse em superlativar os erros, por um único motivo: voltar ao poder como o Salvador da Pátria. Parece que a metodologia da troca de tijolos, caixas d'água e outros materiais de construção não dá mais certo; então que se adote a máxima: ruim comigo, pior sem mim.

Nunca vi tanta gente se aproveitando da situação calamitosa que vivemos em janeiro com a maior cara de pau possível e imaginária! Só não vê quem não quer. Cinco minutos de análise em imagens de TV pertencentes a políticos (hoje a sua maioria) e percebe-se que as últimas manifestações são orquestradas, com discursos prontos, nas mãos de pessoas humildes, mas nem por isso espertas (quem é esperto quando  vira massa de manobra?). Sem contar a cara de pau dos que se dizem necessitados, que mesmo não sendo atingidos pelas chuvas, acham que o poder público tem obrigação de sustentá-los com cestas básicas e aluguel social.

Não estou querendo defender "A", "B" ou "C". A situação atual não é a melhor, mas é  muito fácil esquecer que há muito pouco tempo, as pessoas questionavam se havia algum hospital sendo construído fora da cidade e antes disso ninguém tinha coragem de questionar como surgiu do nada um mega hotel fazenda interior. Hoje vão pra TV em nome de "questões sociais" (acredite quem quiser ou for trouxa suficiente) questionar, duvidar e até solicitar prestações de contas judicialmente. Ponto pra democracia. Mas a pergunta que  fica no ar é: Esses algozes heróis e salvadores da pátria teresopolitana conseguiriam ter esta mesma atitudes há alguns anos? Aliás, me arrisco a perguntar se cartas seriam escritas, e se estes mesmos questionamentos na frente das câmeras seriam feitos sem ter como consequência uma "conversinha ao pé do ouvido". E, se nada do que falo tem coerência, deixo mais uma pergunta: por que não fizeram naquela época? 

A memória do povo é curta. Se esquecem que se houve uma tragédia destas proporções, que nenhum poder público estaria preparado, foi também por que houve durante décadas distribuição de lotes, e depois disso uma vista grossa de peso às ocupações irregulares que assolaram a cidade nas últimas décadas. Em outubro 2004 um levantamento publicado no plano de desenvolvimento sustentável da cidade em 2006 já apontava para essas áreas como de risco e o que foi feito de lá pra cá? Quem foi punido por vender lotes em  áreas de risco ou permitir que ações de venda fossem concretizadas? onde estão os vendedores, as imobiliárias que negociaram aqueles lotes? Onde estão os distribuidores de títulos de posse? Aliás, perguntem-se também o que e porque foi feito para se chegar a este ponto! Alguns jornais que publicam fotos históricas da cidade poderiam publicar então, fotos dos locais atingidos na década de 80, 90 e compará-las com as atuais, pra mostrar o que contribuiu para o aumento da quantidade de mortos da tragédia de janeiro de 2011.

Mas, penso eu, é muito fácil culpar o fulano ou ciclano. E seus parceiros? Digo parceiros, porque poderia dizer que os coniventes com isso poderiam ser chamados aqueles que toparam ir morar no alto do morro, pendurado em áreas de risco, por inúmeros motivos, e que certamente me taxarão de injusto por deixar de citar. Mas é fato. Hoje, em cada "manifestação" (que é impossível não ver que é orquestrada), só consigo ver que cada um pensa única e exclusivamente no seu, e o resto que se dane. E aí me pergunto novamente: Será que sempre não foi assim? Afinal em quem pensava o indivíduo quando recebeu de presente um título de posse, uma caixa d´água ou R$ 50,00 em troca do seu voto? Na cidade? Me convençam que era por isso, por favor! Se hoje o problema é o beltrano, ele hoje existe, foi por que também pensaram em ter alguma vantagem com isso. E isso ninguém me contou, eu vi.

Eu vi muita gente cobrando dívida porque ajudou beltrano, eu vi muita gente indignada por que não recebeu o seu quinhão. Gente que escreve carta aberta, diz não concordar com certas atitudes, mas continua na folha de pagamento, por que que eu saiba até hoje não pediu as contas. Será essa uma postura digna de quem se diz ético? Aliás quantos votos fez  na eleição de 2010 o autor desta carta mesmo? Pois é... espero que os seguidores da conduta da "carta aberta", por mais que tenham razão em seus argumentos saibam o que estão fazendo.

Não estou aqui escrevendo numa terça chuvosa de carnaval para dar lição de moral a ninguém. Não sou político, e sou bobo o suficiente pra não enxergar o que há por trás de diversas manobras políticas. Sou trouxa o suficiente para acreditar em pessoas que se dizem seu melhor amigo, mas tudo o que querem é te usar pra trampolim político. E não falo de beltrano, porque este nunca me prometeu nada, nunca me ofereceu absolutamente nada em troca do meu trabalho. Tudo que fiz e faço é porque quis e porque ainda acredito que pode dar certo e que tem muita gente se ocupando noite e dia em sabotar a cidade pra ganhar o seu trono de volta e poder estar seu velho carrinho na porta da Casa Rosada, e porque tem muita gente mesquinha por aí querendo ganhar o seu salariozinho nas próximas eleições e fazer o seu pé de meia.

Por isso tudo o que peço é desculpas por ser tão extenso e por externar tanta indignação numa postagem só. Peço desculpas também por desta vez por não postar nem uma foto, mas não consegui encontrar nenhuma que descreva o que estou sentindo no momento. Peço apenas que todo mundo que se deu trabalho de chegar até este parágrafo que pense. Eu não sou o dono da verdade, nem tenho a pretensão de impor nada pra ninguém, muito menos sou candidato, nem a síndico de prédio. Sei que tem muita coisa que não está certa, mas sei também que a solução não está em quem está apontando os erros que estão por aí, pois foram estes mesmos caras que nos colocaram na nossa atual situação.

Abraços a todos!

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