terça-feira, 29 de abril de 2008

Quem Patrocina a Baixaria é Contra a Cidadania!

Teresópolis vive um momento de indignação causado pela exibição irresponsável de imagens de mortos sem cortes na televisão local. Tudo em nome da chamada “liberdade de imprensa”.

É importante o quadro que se forma e que deve ser analisado atentamente pelo telespectador. Às vésperas da liberação da propaganda eleitoral, alguns irresponsáveis que nem diploma tem e se intitulam jornalistas exibem cadáveres e supõem histórias de alcoolismo e alta velocidade, mesmo que não sejam exatamente estes os fatos. O que interessa é o que dá audiência.


Para estes irreponsáveis, dentro da sua soberba não conseguem entender que o telespectador está mudando e saindo do conforto do seu sofá, se levantando pra reclamar e manifestar sua opinião diante de atitudes torpes que nos indignam diariamente e deixam todas as noites aquele cheiro de algo podre no ar.


Em nome da liberdade de imprensa, do fato ocorrido em local público, esses inconseqüentes com uma câmera na mão e sem nenhuma idéia na cabeça, ao invés de ganhar audiência e popularidade através da criatividade que tem, optam pelo método mais fácil, o sensacionalismo barato, repetitivo e manipulado. Documentos são exibidos pela metade, meias verdades são mostradas apenas com o intuito de causar polêmica, e na verdade atuam apenas para acabar com a credibilidade de outros, normalmente os que incomodam.


O emissor da notícia, embevecido pela “fama” que apenas ele e a sua claque acham que tem, numa explosão de “fúria” ofende quem o critica, como se fosse somente ele o dono da verdade e os ofendidos, algozes que tiram o seu sustento, na maior prova de que uma verdade pode ter várias versões. Só esquecem que estas atitudes atuam contra eles mesmos.


Não são apenas as imagens fortes que caracterizam um exemplo de baixaria à venda na mídia local. Há jornais que também não conhecem o significado da palavra isenção e noticiam os fatos de acordo com o interesse de seus patrocinadores, transformando fatos num circo, Fatos que deveriam apenas informar ao teresopolitano o que acontece na cidade, mas que transformam camelódromos em shopping centers.


Fiquem atentos. Leiam e vejam as entrelinhas.



Quem Patrocina a Baixaria é Contra a Cidadania!




sábado, 19 de abril de 2008

O “Populista” (com muitas “Aspas”)


Há algum tempo, fui lançado na área de turismo em Teresópolis. O resgate do turismo em nossa cidade é necessário, e há pessoas muito interessadas, mas infelizmente o setor que traria grandes somas para a cidade não é prioridade para a prefeitura, que hoje prefere investir em futebol de salão, mais conhecido como “futsal”. E já foi muito pior.
Estima-se que a cidade tenha atualmente, um orçamento anual de cerca de R$ 200.000.000,00 (isso mesmo, MAIS DE DUZENTOS MILHÕES DE REAIS – ANO), valor que se dividido igualmente pelos doze meses do ano daria um valor a ser administrado mensalmente de mais de R$ 16.000.000,00 (MAIS DE DEZESSEIS MILHÕES DE REAIS – MÊS). Oras, eu não entendo muito de administração pública, mas sei que não existe um valor fixo e mensal a ser administrado, ou seja, este valor varia mês a mês. Mas pelo estado em que se encontra a cidade e pelo que ela deveria estar, se 5% deste orçamento (cerca e R$ 800.000,00 – mês) fosse investido em limpeza urbana, conservação dos pontos turísticos e limpeza da cidade, só pra começar, acredito que em menos de 1 ano a cidade já estaria preparada pra começar a receber o turista.
Mas, creio que as prioridades são outras. Houve uma época em que a prioridade era receber a população carente de outras cidades. Com isso a cidade foi beneficiada , recebeu infraestrutura de saúde, educação e asfalto por toda parte. O que seria um exemplo de governabilidade, na verdade maquiava uma sórdida campanha de tomada e perpetuação do poder, com amparo inclusive de uma lei federal, sancionada pelo então Presidente Fernando Henrique, a dita “lei de usucapião urbano”, sancionada para popularizar um Presidente dito ser de “elite”, tinha a “intenção” de diminuir a migração para as grandes cidades, fez explodir nas cidades do interior do país um grande número de favelas, e Teresópolis superou todas as expectativas, destruindo mais de 43% da cobertura vegetal nativa segundo dados colhidos pelo movimento Nossa Teresópolis.
A política que atraiu tanta gente para a serra, encarregou-se de destruí-la, e seus responsáveis encobrem seus atos, negando que existam favelas na cidade (são “bairros populares”, dizem), lembrando muito hoje a atitude do prefeito do Rio de Janeiro, que diante de uma epidemia de dengue na cidade, pede para a população em pleno verão usar manga e calças compridas para combater a epidemia, e vai para a Bahia (bem longe dos mosquitos), orar pra pedir que o mosquito migre para oceano, enquanto a população mendigava atendimento nos precários postos de saúde da cidade. O populista é assim. Não admite seus erros. Se o fizesse e propusesse uma solução que contenha o crescimento desordenado e recupere a mata nativa destruída, lança mais projetos populistas, que claramente agradam somente à claque convidada apenas para aplaudir um doutor sem diploma. Mas trazer soluções não é o interesse do populista, que faz o tipo por exemplo que defende abertamente a prática do “beija-mão”, “audiência pública” aonde os “mais necessitados” fazem um pedido e dependendo do “grau de necessidade”, são atendidos pelo governante, num claro exemplo de que os direitos não são iguais para todos, e fazendo jus ao velho ditado – “para os amigos tudo. Aos que não me apoiam, o rigor da lei”. Paga-se altos impostos, mas só se vê o retorno do que foi recolhido se comparecermos em audiência pública para confirmamos nossa “tietagem” pelo governante. E para quem não tem nada, uma rua asfaltada pode fazer verdadeiros milagres nas urnas.
Pessoalmente eu acho que asfalto pode fazer um candidato ganhar uma eleição no Brasil, mas o paralelepípedo, dizem, absorve melhor as águas da chuva, porém como requer uma manutenção permanente, fiscalização para que caminhões mais pesados que o normal não entrem ou circulem pela cidade, não deixam aquela marca de “novinho”, que é o que garante o voto na urna.
Numa velha estratégia para tentar se perpetuar no poder, simulam brigas com seus “amigos”, trocam acusações, e criam um teatro que favoreçam a triunfal volta ao poder, para recuperar o tempo perdido com “péssimas administrações”. Péssimas administrações, no conceito do populista, é aquela que não pertence a sua estirpe, uma vez que mesmo sem doutorado, o populista se auto entitula doutor.
O populista pode tudo. Com um bom padrinho e uma boa “poupança”, graças ao dinheirinho guardado ao longo dos anos, ele vai a Tv dizer que pode devolver o aumento indevido decretado pela justiça, já que nunca nem sequer sabia de quanto era o seu salário, pois “nunca abriu o seu contracheque”. Tudo que fez foi por amor à cidade.
E a cidade fica ao “gosto do freguês”. Cada um que se elege à custa de asfalto, faz com que seu gosto pessoal seja a forma de entrar pra história. A bola a vez é o futsal. Enquanto a população fica na fila de um centro de saúde pra marcar uma consulta para 45 dias depois, o time de futsal figura na cabeça das tabelas dos campeonatos. Tudo em nome da divulgação a cidade nacionalmente. Paredes pretas de um centro de saúde contrastam com paredes brancas e instalações de primeiro mundo do ginásio municipal. A cidade possui um ginásio municipal de primeira linha. E um auditório dentro a prefeitura que é chamado e teatro municipal, mas que dá pra contar a quantidade de peças que o espaço atraiu em anos.
Mas pra que cultura, se há bailes funks pra alegrar a galera? Pra que preservar o meio ambiente se há uma população enormes de cidades vizinhas doida pra se instalar na cidade, já que as favelas daqui não tem tiroteio? Um curral eleitoral foi montado, e há de se ter muita competência e projetos CONCRETOS para cidade. Excelente a ponto de retirar esta crosta, esta craca que suga uma cidade que sem fazer esforço atrai milhares de turistas para o seu camelódromo que um dia orgulhosamente foi chamado de FEIRARTE, pois infelizmente os artesãos perderam a sua senha na fila do beija-mão, para os amigos que hoje tem duas, três, cinco barracas com produtos importados da China ou de São Paulo, ou lojas em shopping centers.
A ironia é que o populista defende a tese que os mais pobres são os mais injustiçados, embora os mais pobres, em troca de uma saco de cimento, uma consulta ao médico, uma rua asfaltada, sejam os mais prejudicados, porque a longo prazo estas mesmas pessoas sofrem as consequências de uma cidade desorganizada, carente sobretudo de um choque de ordem.
Dizem os “sábios” defensores dos populistas que houve um significativo aumento de arrecadação, graças às suas “políticas de desenvolvimento”. Enganam-se. Segundo dados do Movimento Nossa Teresópolis, a arrecadação subiu apenas tendo como causa principal o aumento da população, mas não da sua renda, que hoje é uma das menores do Estado. Mas o bom populista jamais olha pra os seus defeitos, e ensina seus escudeiros a fazerem o mesmo.
Como numa reprodução da novela, a nossa Portelinha, segura, com um excelente (e caro) transporte público, continua crescendo, e embora os sábios continuem me chamando de burro, de ignorante, de imbecil, é impossível eu acreditar que sejam eles os senhores supremos da verdade. Por que é do quintal da minha casa que vejo o verde desaparecer, transformando-se em “seguros bairros populares”. É indo para o meu trabalho que vejo todos os dias o rio Paquequer sendo assoriado de lixo todos os dias. É andando pela cidade que atrai até estrangeiros, graças a geofrafia e não a política, que vejo o abandono tomando conta e as pessoas lotando as partidas de de futsal e as domingueiras regadas a muito funk de qualidade.
Hoje não é possível receber um turista na cidade e pedir que ele fique ou mesmo que ele volte. Por mais que se esforcem os envolvidos no assunto. Hoje não há condições de um empresário ser empreendedor sem ser bombardeado. Hoje, quem se opõe ao populista ou é maluco, ou mau caráter. Porque a grande arma do populista é a investigação. Se ele não encontrar nada, inventa. O mais importante é que ele permaneça na mídia, que seus erros sejam “equívocos mal interpretados”, e que seus acertos sejam superfaturados, mas sobretudo que ele permaneça na boca do povo, nem que seja à custa do dito “falem mal, mas falem de mim”.
É preciso abrir os olhos da população, com projetos concretos, plausíveis e reais para a cidade. A campanha eleitoral “começa” em julho, e até lá quem apresentar projetos reais para colocar a cidade em ordem, acabar com a poluição visual, com a bandalheira, com os buracos no asfalto que já foi novinho na eleição passada, com o crescimento desordenado, o desmatamento espalhado e desenfreado, o desemprego que tira os jovens e leva mão de obra para fora da cidade, com a falta de empresas e indústrias que tragam receita real e outros problemas que não vejo, mas que impedem que Teresópolis cresça de verdade, de acordo com o potencial que tem e não com o gosto pessoal do “populista”.